COLUNA – MIRADOURO EM MOVIMENTO
O desenvolvimento econômico e social é sempre uma meta que a maioria dos municípios brasileiros persegue. Atingi-la não é uma tarefa fácil de alcançar. Por uma série de motivos, mas sobretudo pela baixa arrecadação fiscal, normalmente restam aos pequenos municípios a tentativa de sobrevivência financeira e fechamento de suas contas nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Miradouro está entre os 88% dos municípios brasileiros com menos de 50.000 habitantes e, como a maioria deles tem uma arrecadação de impostos muito aquém de suas despesas. Não podemos nos esquecer que a escandalosa divisão do “bolo tributário” no Brasil é desastrosa para os pequenos municípios: a União fica com 70%, os Estados com 25%, restando os municípios com algo em torno de minguados 5% da arrecadação.
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Sendo assim, as reformas tributária e fiscal são urgentes. Mas há muitos empecilhos políticos para as suas efetivações. Além de uma união mais promissora por parte dos municípios brasileiros. A ação municipalista ainda carece de muito mais força do que hoje possui.
Entretanto, pode e deve o pequeno município ser capaz de desenvolver ações que permitam no curto, médio e longo prazo políticas públicas e em parcerias com os diversos setores privados e com as comunidades locais, que alavanquem um desenvolvimento econômico sustentável. Desenvolvimento esse que respeite as culturas locais e promova autoestima entre a população, sem alterar radicalmente seu modo de viver, de fazer suas coisas e sua relação com o meio ambiente.
Devemos ter em vista que a atração imediata de empresas para o município é muito difícil e mesmo onerosa. O cenário econômico está muito difícil, em especial para os municípios menores. Atrair empresas demanda uma política fiscal bem detalhada e contratos jurídicos muito bem construídos. Investir para se trazer uma empresa e ela “ir embora” após algum tempo, deixando o ônus do desemprego de dezenas de trabalhadores e trabalhadoras é inadmissível.
Desse modo, entra em cena (sempre esteve) o Turismo. A natureza foi generosa com Miradouro e sua gente. Da região da Varginha ao Monte Alverne, passando pela Cidade, Santa Bárbara, Serrania do Brigadeiro e todas as comunidades rurais do município, transpira-se culturas múltiplas e paisagens maravilhosas. Nossa lista de bens culturais inventariados, materiais e imateriais, é de uma grandeza fantástica. E essa lista irá crescer nos próximos anos.
Por sua vez, a Serra do Brigadeiro é um presente geologicamente divino!
Miradouro fazer parte da Abriga (Associação dos Municípios do Circuito Turístico Serra do Brigadeiro) o coloca em uma posição muito estratégica a partir das possibilidades não somente de desenvolver seu potencial turístico local, mas evidentemente, projetar parcerias com os demais dez municípios que fazem parte dessa Circuito.
Contudo, potencial turístico, por si só, não basta. É preciso de planejamento e engajamento de todas as comunidades urbanas e rurais. Como bem enfatiza Werter Valentim de Moraes (Doutorado UFV, 2011): “Potencial turístico sem planejamento e base comunitária é chover no molhado. E o planejamento turístico que atraia pessoas precisa envolver integradamente projetos e comunidades em torno de sete pontos: unidade de conservação, água, mata, cultura, espaço de convivência, produção associada ao turismo e hospitalidade”.
Conforme aponta Werter Valentim, o desenvolvimento do turismo na agricultura familiar é um grande exemplo: pode complementar a renda através da comercialização de produtos e serviços diretamente ao visitante dentro da propriedade rural. O turismo possibilita a valorização da família agricultora, uma vez que a sua cultura torna-se o próprio atrativo turístico, com efeitos diretos no aumento da autoestima da população.
Isso é só um exemplo das capacidades de Miradouro. Pousadas, trilhas ecológicas, festas religiosas, visitas guiadas a diversos pontos, exposições de produtos agrícolas, artísticos e artesanais, festivais de música e gastronômicos, cavalgadas, dentre tantas outras ideias formam um cenário que tem um potencial imenso de atrair visitantes locais, da região e de todo o país. Caso Miradouro e nós, miradourense, abracemos o turismo. Pode gerar empregos, consumo, renda, autoestima e desenvolvimento socioeconômico.
Portanto, o desafio está colocado para o Município, Câmara Municipal, setor privado, associações, comunidades, sindicatos, setores da agricultura familiar, artistas, artesãos, entre outros. O envolvimento de todos estes atores é fundamental. O TURISMO PLANEJADO É A SOLUÇÃO! É preciso encontrar mecanismos de impulsiona-lo. Não será tarefa fácil, pelo contrário. Existem percalços de ordens diversas. Erros ocorrerão. Porém, como em todos os projetos que vingaram, é preciso começar.
É preciso coragem, diálogo e a superação de sentimentos menores. É preciso grandeza!
Grande e fraterno abraço!
Olá!
Por favor, faça o seu comentário.
É muito importante para o debate.
Abraços!
Excelente texto. É de uma fineza e coesão com as palavras e com o tema. Sinto-me esperançoso com os próximos capítulos deste ciclo, e caminharemos juntos professor Nicelio.
Muito bom o texto.
Sim, será dificil, porém o mais difícil é sempre o começo, o início. E este pontapé inicial está sendo dado com força de quem sabe o que quer.
Estamos juntos. Estou pronta para contribuir.
Obrigado Elenice!
Sem dúvidas. Não podemos nem devemos esmorecer.
Precisamos olhar para o nosso potencial. Avaliar os exemplos de outras cidades.
E abraçar o desafio. É imenso? Sim.
Mas a maior derrota é se recusar a pensar no assunto.
Grande abraço!
Parabéns! Muito bom! Miradouro precisa melhorar mesmo. Buscar alternativas para geração de empregos.
Obrigado Vagner!
Vamos valorizar o nosso potencial e canalizar as nossas energias para os pontos fortes que já possuímos.
Grande abraço!
Parabéns pelo trabalho de vocês muito bom miradouro precisa mesmo crecer .e sabemos que o prefeito Clóvis tem uma equipe que enteresa ajudar e fazer o melhor para população.Parabéns pelo trabalho .vocês são copetente.
Miradouro merece a oportunidade de desenvolver, de fluir economicamente e, sem deixar a essência de carisma e do que mais atrai, ser uma cidade pacata. Não há alternativa mais eficiente que aliar o potencial turístico e ambiental, com a atração econômica. Atrair turistas para trilhas, cachoeiras, festividades como festa do café – Exposição Agropecuária – Carnaval, entre outras, é oferecer maiores oportunidades de comercialização para os lojistas, para artesãos, para difusão da hotelaria e gastronomia miradourense. Esse é o caminho!
Obrigado Ronis!
Exatamente isso. O grande desafio para o desenvolvimento do setor turístico é o de não aniquilar o modo de viver das Comunidades. O TBC (Turismo de Base Comunitária) demonstra exatamente como é possível associar cidadania, identidade cultural e crescimento econômico, sem alterar “o jeito de ser” de uma população. Do contrário, não faria sentido. Penso que quando o crescimento econômico sobrepõe as culturas locais, é, na verdade, retrocesso.
Grande abraço!
Obrigado Roseli!
As parcerias entre os Poderes Públicos, setores privados e Comunidades são fundamentais para que o turismo ganhe impulso em Miradouro. É preciso que todos os interessados tenham grandeza de espírito e reflitam sobre o grande potencial do setor.
Grande abraço!
Acredito muito no potencial da nossa cidade, na cultura e no turismo, e nas demais partes, trabalhar na base de cada unidade é o caminho que acredito a ser trilhado.
Parabéns pela matéria. Precisamos acreditar e lutar!
Obrigado Shakal!
Também creio ser esse o caminho. Valorizar o que temos. Então, outros irão valorizar. O mais bonito é o que temos! Não temos que mudar a casa da roça. Temos que valorizar a casa da roça que temos! Isso é turismo de base comunitária.
Grande abraço!
Excelente matéria!
Obrigado Rodrigo!
Estamos juntos no sentido de promover o debate. O importante é que as ideias ganhem impacto. Miradouro tem uma identidade maravilhosa. Ela só está escondida. Precisamos resgata-la e impulsiona-la. Sair do marasmo do “comum”
Grande abraço!
Na gestão passada fui solicitado a apresentar uma proposta de tbc para o município. Estou esperando até hoje a resposta.
Não esperava um sim! Esperava uma resposta. O não é uma resposta. Mas nem isso recebi. A falta de ética, reina! Muito bom o discurso de um tbc. Mas a história não leva a esse propósito. Gestão Comunitária não se constrói com discurso. Se faz com partilha!