Forças armadas ucranianas contam com ajuda da tecnologia para resistir ao avanço russo

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O governo americano anunciou neste sábado (12) uma nova ajuda no valor de US$ 200 milhões em armas e equipamentos para a Ucrânia. Com exército e armamento em menor número, as forças armadas ucranianas contam com a ajuda da tecnologia para resistir ao avanço das tropas russas.

Mas, a partir do terceiro dia, a marcha da vitória relâmpago – planejada por Vladimir Putin – ficou mais lenta, como o passo do gigantesco comboio de 64 quilômetros de tanques e blindados russos que, em duas semanas, ainda não conseguiu chegar à capital, Kiev.

O plano dos militares russos era tomar, rapidamente, as principais cidades do país. Mas a tarefa tem sido mais difícil do que eles esperavam. O exército ucraniano é bem treinado e bem armado. O país preservou e modernizou uma indústria bélica forte, que herdou da antiga União Soviética. É um arsenal muito menor do que o do inimigo, mas o governo da Ucrânia tem recebido uma ajuda poderosa dos países ocidentais.

Os Estados Unidos enviaram 17 mil armas antitanques, incluindo mísseis Javelin, os mais modernos do mundo. Eles têm um metro de comprimento. Podem ser carregados e lançados por apenas um homem e têm a capacidade de destruir os poderosos tanques russos a dois quilômetros de distância.

Os americanos mandaram também 2 mil mísseis antiaéreos Stinger, que acham sozinhos o alvo porque buscam uma fonte de calor, como uma turbina de avião. Esses mísseis já derrubaram caças e helicópteros russos.

Da Turquia, foram componentes eletrônicos para a fabricação dos drones Punisher. Eles podem ser controlados a 50 quilômetros de distância e carregam explosivos para atacar estoques de combustíveis e de munição.

O professor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense Vitelio Brustolin avalia que esses armamentos ajudam a deter a ofensiva russa.

“Com certeza, os armamentos têm sido muito utilizados. O índice de eficácia, por exemplo, do Javelin, que é um míssel que ataca os blindados por cima, onde a blindagem é mais fina, estima-se que seja de 92%. Numa situação de guerra, o tempo é contra o atacante e a favor do defensor. Quanto mais tempo a Ucrânia conseguir resistir, maior é o desgaste russo, maior é a perda ocasionada pelas sanções econômicas e mais difícil fica para os soldados em campo lidarem com a guerra”, explica.

Putin respondeu com ataques mais violentos. Nos últimos dias, eles atingiram prédios, hospitais, usinas de geração de energia e estações de tratamento de água.

Para o jornalista Roberto Godoy, especialista em defesa, o apoio do Ocidente pode ajudar a Ucrânia a retardar a tomada de Kiev, mas não é suficiente para impedi-la.

“Sem dúvida alguma, os recursos convencionais, ou seja, os não nucleares, são mais que suficientes para exercer a força que a Rússia quiser. Você olha para cidade hoje e vê que os prédios estão sendo destruídos quase todos. Então a ideia agora é constranger a população civil, é criar uma situação que induza, que force o governo ucraniano a sentar à mesa para negociar quase num clima de rendição, o que não está acontecendo. Ou seja, a escalada tende a ficar cada vez maior”, afirma.

 

Fonte: G1.com